Uberização e vigilância no Sul Global: pesquisadores da Lavits publicam na revista Surveillance & Society

Na última edição da revista Surveillance & Society (Vigilância & Sociedade), Rodrigo Firmino, Bruno Cardoso e Rafael Evangelista – pesquisadores da Rede Latino-americana de Estudos Sobre Vigilância (Lavits) – publicaram o artigo Hyperconnectivity and (Im)mobility: Uber and Surveillance Capitalism by the Global South [Hiperconectividade e (I)mobilidade: Uber e Capitalismo de Vigilância  pelo Sul Global].

No texto, os autores buscam situar a ideia de Uberização a partir dos países do Sul, discutindo como a sociedade hiperconectada fomentou novas possibilidades de controle e exploração dos trabalhadores.

O artigo apresenta o caso da Uber como uma amostra do que Shoshana Zuboff chama de capitalismo de vigilância. Cada vez mais, dados pessoais são utilizados por empresas e governos para prever e influenciar comportamentos individuais e coletivos. Nick Srniceck, por sua vez, chama os novos arranjos econômicos baseados na tecnologia da informação de capitalismo de plataforma.

O modelo da Uber, que utiliza dados pessoais georreferenciados para conectar clientes em potencial, é o mesmo de plataformas diversas, que crescem velozmente no final da segunda década do século 21. Este padrão se utiliza do trabalho terceirizado, sobretudo, e se caracteriza pela precarização das relações trabalhistas, de modo geral. Esta precarização é o que tem sido chamado de Uberização do trabalho.

A mesma edição da revista também traz uma outra contribuição de Rafael Evangelista, que publicou uma resenha do livro The Age of Surveillance Capitalism (A Era do Capitalismo de Vigilância), de Shoshana Zuboff. O volume pode ser acessado aqui.