Oficina debate segurança digital com jornalistas e ativistas em SP e no RJ

Atividade prática durante a oficina. Os participantes montaram o caminho que uma mensagem percorre nos mecanismos da Internet.
Atividade prática durante a oficina. Os participantes montaram o caminho que uma mensagem percorre nos mecanismos da Internet.

 

Por Sarah Schmidt

Você navega com segurança no ambiente digital? Toma cuidado com as senhas que utiliza? Sabe qual é a trajetória que um e-mail enviado percorre até chegar ao seu destinatário? Geralmente, várias cópias das suas mensagens são armazenadas ao longo do caminho. Para quem trabalha com dados sensíveis e jornalismo investigativo, por exemplo, isso pode ser um problema. Como proteger sua privacidade e a de suas fontes?

Essas foram algumas das questões abordadas no último dia 28 de outubro, em São Paulo. Na ocasião, cerca de 20 jornalistas, ativistas e pesquisadores participaram de um treinamento sobre segurança digital organizado pelo Tactical Tech Colllective, Oficina Antivigilância(projeto da Coding Rights), em parceria com a Abraji, Conectas e Lavits. A mesma oficina ocorreu no Rio de Janeiro no dia 26.

No encontro foram discutidos conceitos, ferramentas e o funcionamento técnico da Internet e sua estrutura comercial. Muito do que é feito na web é rastreado por empresas que vendem dados sobre hábitos de consumo. E, como no Brasil ainda não há uma legislação específica sobre proteção de Dados Pessoais, os termos de uso de aplicativos, programas e plataformas ficam a cargo das próprias empresas.

Uma das dicas, então, antes mesmo de conhecer as ferramentas que permitem uma navegação mais segura, é entender a lógica da Internet e da própria proteção digital. O primeiro passo é identificar o perigo, analisar o risco de monitoramento e então observar o que se tem à mão para reagir, ou seja, quais ferramentas é possível utilizar.

Uma estratégia é administrar diferentes identidades na web. Por exemplo, para a vida pessoal, um tipo de e-mail e rede social, no trabalho, outro tipo, e assim por diante. É possível também criar e-mails temporários para fazer registros em sites que exigem cadastro.

Existem programas e ferramentas que podem auxiliar no processo de proteção à privacidade. Alguns deles são o Tor (para proteger o IP), VPN, Jitsi Meet (vídeo e áudio), Thunderbird e Enigmail (para e-mail), Text Secure/Signal (para mensagens de celular, Android e iOS) e KeePass (para gerar senhas mais seguras e gerenciar outras senhas). Confira neste link mais dicas e tutoriais de como se proteger no mundo digital.